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domingo, 18 de outubro de 2015

Capitulo 5 - Os primeiros anos do Fernão Dias - 1964 a 1970



   Fundado o 37º Grupo Escoteiro Fernão Dias Paes Leme no dia 27 de dezembro de 1964, no Campo de treinamento no terreno cedido pelo Chefe do Departamento de Correios e Telégrafos e com sede Social no Prédio da Antiga Cooperativa, iniciaram-se as reuniões escoteiras regulares, incluindo atividades de sede, caminhadas, acampamentos, excursões e passeios diversos. O efetivo do grupo aumentava a cada dia, contando com jovens do Núcleo Colonial de São Bento e bairros próximos.




     A Comissão Executiva, junto com o Conselho de Grupo procurava conseguir os equipamentos e materiais necessários para melhor aplicação das atividades escoteiras. Esta Comissão Executiva, composta pelo "Seu Burnett", como Presidente da Comissão Executiva, o Senhor Oscar Teixeira, secretário, Senhor Ovídio da Silva Crespo, tesoureiro, e o chefe do grupo, Baltazar Paulino, efetuava contatos com a comunidade do Núcleo Colonial de São Bento e com as autoridades municipais, civis e militares, buscando parcerias e doações de materiais. Por meio destes contatos, foram conseguidos por doação mobiliários, barracas de acampamento* , panelas e ferramentas para as lides campeiras.


A tropa em formatura
     Além das atividades escoteiras, eram oferecidos cursos de Eletricista, Agricultura e Telégrafo, ministrados pelo Seu Burnett, com a utilização de algumas salas da Escola de São Bento, que também cedia o seu espaço para a realização das reuniões da Comissão Executiva, do Conselho de Chefes e de pais.  Em troca, o grupo escoteiro auxiliava na limpeza e manutenção da escolinha.  O grupo desenvolveu também uma horta no campo dos escoteiros.


     Para comemorar o primeiro aniversário da fundação do grupo, foi realizada uma alvorada festiva as 06h00, com a queima de fogos de artifícios, e um dia inteiro de atividades, que culminaram com um "hai-fai" à noite, isto é, um baile.


       





     Em  14 de abril de 1965 a Diretoria Nacional da União dos Escoteiros do Brasil concede RECONHECIMENTO ao 73º Grupo Escoteiro Fernão Dias Paes Leme, dando legitimidade à nova Comunidade Escoteira no Núcleo Colonial de São Bento, Duque de Caxias. O numeral 37 foi concedido em definitivo a partir de 1966.



         Em outubro de 1966, o Chefe Paulino foi nomeado pelo Conselho Distrital para chefiar, interinamente, o Grupo Escoteiro Jonh Kennedy, na Vila Operária, em Duque de Caxias, que sofria uma intervenção regional. Ao final do período de intervenção, alguns escoteiros transferiram-se para o Fernão Dias, entre os quais os jovens Almir, Regina Célia e Aldenir Carvalho de Souza. Transferiu-se também a Senhora Jurema Carvalho de Souza, mãe dos referidos jovens, e que viria a ser a futura esposa do Chefe Paulino.   
      



     Nesta época o Chefe Paulino estudava no Ginásio São Judas Tadeu, terminando a 4ª série em 1969. Residia na Rua Itabira, nº 278, na Vila São Luiz, em Duque de Caxias. 




    Já em 1970, o Chefe Paulino recebe a Medalha de Bons Serviços Bronze, concedida pela Direção Nacional pelos relevantes serviços prestados a União dos Escoteiros do Brasil Chefe Escoteiro.



Registre-se que José Maria da Silva foi o primeiro Chefe de Escoteiros, em 1965 e Ciléia Santos Alves a primeira Chefe de Lobinhos do Grupo, em 1966, e Valdevir da Neto o primeiro Chefe Sênior do Grupo, em 1967.

A alcatéia também foi chefiada por Maria Rita Brasil Melo, que permaneceu no grupo por muitos anos. 

* O Exército Brasileiro doou barracas, mochilas, cantis e marmitas para o grupo.

Chefe Arilson
Arilson de Oliveira Silva
Autor do Blog




segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Capítulo 4 - Os fundadores da "Família Fernão Dias Paes Leme"

Finalmente chegou o grande dia.  Tudo pronto para a fundação do mais novo grupo escoteiro do Distrito de Duque de Caxias.

Fernão Dias Paes Leme
          O Fundador do grupo, Baltazar Paulino Ribeiro, escolheu o nome de Fernão Dias Paes Leme em homenagem à história do célebre Bandeirante paulista, conhecido como "Caçador de Esmeraldas", que a partir de 1638 desbravou os sertões brasileiros em busca de esmeraldas, não esmorecendo frente às dificuldades. Em sua empreitada, mesmo não encontrando as tão sonhadas esmeraldas, abriu caminho para a segunda etapa do bandeirantismo, a da conquista do ouro e do diamante. Sua história serve de inspiração para os membros do grupo na conquista de seus ideais de vida, por meio dos valores do escotismo criado por Baden Powell.

                    As cores originais do lenço do grupo são "azul real, verde bandeira e branco".  O azul real simbolizando a perenidade do grupo (aquilo que resiste ao tempo, não acaba, dura muito ou para sempre); o verde bandeira as esmeraldas que Fernão Dias buscava em suas expedições pelos sertões, traduzindo-se no idealismo que deve ter  todo membro do 37º Grupo Escoteiro Fernão Dias Paes Leme  na conquista de seus objetivos. Traduz ainda o exemplo de Fernão Dias, ao sacrificar o próprio filho por falta de lealdade, qualidade primordial ao escoteiro; e o branco, a pureza do escoteiro, remetendo ao décimo artigo da lei escoteira, "O Escoteiro é limpo de corpo e alma".

O Hasteamento da Bandeira do Grupo em sua fundação, 27/12/1964
          Em 27 de dezembro de 1964, conforme descrito na Ata de Fundação do grupo*, com sede na Receptora Rádio do DCT (Departamento de Correios e Telégrafos) - Núcleo Colonial de São Bento, Município de Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro, foi fundado o 37º Grupo Escoteiro Fernão Dias Paes Leme e sua bandeira é hasteada pela primeira vez. O Comissário Distrital, Osmar Pinto de Oliveira, deu posse ao Chefe do Grupo, Baltazar Paulino Ribeiro, o fundador. O Presidente do Conselho local deu posse à Comissão Executiva do Grupo: Antonio Burnett de Castro Filho, Presidente; Oscar José Teixeira, Secretário; e Ovídio da Silva Crespo, Tesoureiro, também fundadores.
  
Vista frontal do Campo de Adestramento
Almoço de confraternização




             
Os Fundadores
Prestaram sua promessa os seguintes noviços, chamados os Onze:
                            
1. Nelton Santos Silva
2. Ovídio da Silva Crespo Filho
3. Paulo Célio de Souza
4. Alexandre Ferreira da Silva
5. Gilvan de Souza
6. Adilson de Souza
7. Eli Pereira da Silva
8. Bartolomeu Ribeiro Cruz
9. Josafar Nascimento
10. Wagner Torres de Castro
11. João Alfredo Farofi

      Estiveram presentes, entre os muitos convidados, representantes dos seguintes Grupos Escoteiros:

63º Grupo Escoteiro do Mar Barão de Mauá
Grupo Escoteiro Tiradentes
Grupo Escoteiro Almirante Tamandaré
Grupo Escoteiro FNM (Fábrica Nacional de Motores)
Grupo Escoteiro John F. Kennedy
Grupo Escoteiro Santa Rita de Cássia

* Ata de fundação registrada na folha nº 394. do livro B-23 de registro integral de títulos sob o número 11.209, do Cartório de registro de Títulos e Documentos da Comarca de Duque de Caxias (Cartório Fausto Vieira, 2º Ofício)

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Cap 3 - As primeiras atividades... o sonho começa a tomar forma!

As primeiras atividades

Chefe Paulino
            Em agosto de 1964, à sombra da Árvore Mãe, o Chefe Paulino reunia os jovens alunos externos do Patronato para as atividades escoteiras. Os internos não foram autorizados a participar das atividades, pois eram em realizadas fora dos muros do patronato. Assim, em poucas semanas foi realizado o primeiro acampamento do grupo no terreno pertencente à atual Faculdade FEUDUC, no Núcleo Colonial de São Bento, cumprindo uma programação mateira, incluindo a montagem de abrigos, cozinha na lenha e a construção de pioneirias. Foram utilizadas lonas de caminhão como barracas. A alimentação foi cotizada entre os participantes.

        


A sede no terreno baldio e na Cooperativa velha


Sr. Burnett
     Dentre os primeiros membros do grupo, encontrava-se o jovem Wagner Torres de Castro, que apresentou o Chefe do Grupo ao seu pai, Antonio Burnett de Castro Filho, Chefe do Departamento dos Correios e Telégrafos (DCT) do Núcleo Colonial de São Bento à época.  Na ocasião o Chefe Paulino relatou os problemas que estava enfrentando para efetivar a fundação do grupo, uma vez que havia pressão por parte do Comissário Distrital Escoteiro para que fosse ratificada a existência da Comunidade Escoteira, notadamente por que o grupo não poderia continuar funcionando apenas à sombra de uma árvore. Entusiasmado pela motivação do filho com a prática do escotismo, o “Seu Burnett” ofereceu um terreno baldio de propriedade do Departamento de Correios e Telégrafos, o qual precisaria de capina antes de ser utilizado pelos jovens em suas atividades. Informou ainda que a área a ser ocupada não poderia ser cedida em caráter definitivo sem um processo administrativo, por tratar-se de área sob jurisdição do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA).  Tal processo viria a ser concretizado posteriormente. 

Vista frontal da futura sede do grupo
Paralelamente, o Chefe do DCT solicitou a intervenção do Administrador do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA) à época, Senhor Paulo e Silva, o qual cedeu ao grupo, por período indeterminado, o espaço físico da Cooperativa dos Funcionários do Ministério da Agricultura, situado no prédio em frente ao terreno baldio, no mesmo bairro, para que ali fosse fixada a futura sede do grupo. Tal prédio encontrava-se vazio, pois a cooperativa não mais funcionava no local. Após um grande mutirão, à base de enxadas, foices e facões, o terreno foi preparado para a grande festa de inauguração do grupo.  

Vista lateral da futura sede do grupo
O prédio da cooperativa passou por uma faxina geral, ficando em condições de receber os jovens para as atividades escoteiras e os convidados para a Fundação do Grupo, que aconteceria em dezembro de 1964.



Chefe Arilson
Arilson de Oliveira Silva