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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Dona Jurema, o baluarte vivo da Família Fernão Dias

Por Arilson Silva



Todo Grupo Escoteiro, ou quase todos, especialmente aqueles que tem uma longa história, possuem em seus quadros, ou lembranças, aquelas pessoas que deixam sua marca indelével desde o momento em que por ali apareceram e fizeram da história do grupo a sua história.  

Na família Fernão Dias temos uma série de nomes importantes, que se doaram de corpo e alma para que os ideais do fundador do escotismo fossem bem transmitidos aos jovens de sua seção ou do grupo como um todo. Hoje falaremos de Dona Jurema, a esposa do fundador, que hoje ocupa um lugar de honra em nossa galeria de antigos escoteiros. 


Quem poderia se esquecer de sua presença amiga e acolhedora, que desde os anos 70, todos os domingos, às 7 horas da manhã, chegava à do grupo sede para iniciar as atividades da alcateia da qual eu era um lobinho. Eram atividades alegres, vibrantes e cheias de novidades a cada domingo. Com a ajuda de seus assistentes, a nossa Akelá apresentava aos lobinhos a História da Jângal, com Mowgli, Bagueera, Baloo, Mangui, Chil e Kaá.  Nas excursões, passeios e visitas ela sempre estava à frente, levando seus lobinhos a conhecerem a natureza e o mundo de aventuras e sonhos daqueles que um dia, quando crescessem,  passariam "para o mundo dos homens". Dona Jurema preparava os lobinhos para o futuro, educava para o crescimento pessoal, mesmo antes de todo esse palavreado acadêmico de Competências e Progressão Pessoal. Era o Método Escoteiro em sua essência. Nessas atividades, eu me lembro bem que todos tinham que levar o seu farnel. Ela levava a sua grande bolsa da "Stanley" com lanche suficiente para toda a alcateia, para o caso de alguém não ter levado lanche suficiente. Naquela bolsa tinha frutas, sucos, sanduíche, frango, farofa e arroz, tudo fresquinho, feito de madrugada para não estragar. Nada de molho de tomate ou feijão, só comida de mateiro, seca.



E os acampamentos em Rio Bonito, terra da família dela? Quem esquece? Fazenda do seu Labério e Dona Carmélia, com D. Puquéria, Luiz, Godão, Xará e Renato. Quantas lembranças daquele Monte Azul, onde montávamos nossas barracas. Sim, os lobinhos dormiam naquelas barracas de lona verde, do quartel, para 10 homens, onde cabiam 20 ou 30 lobinhos. Com a ajuda da Tropa Sênior, montávamos as barracas, fazíamos valetas e cavávamos as latrinas. Às vezes ficávamos na Escola Municipal Manuel Duarte ou na casinha do Engenho de Farinha, mas só de vez em quando. O melhor mesmo era acampar, ver o sol nascer pelas frestas da barraca ou dormir ao som da chuva, que era certa no verão. E outros tantos acampamentos também em muitos outros lugares: Carapebus (Macaé), Xerém, Mantiquira (Duque de Caxias), Santo Aleixo (Magé) Tinguá (Nova Iguaçu) e muito mais. 



O importante dessas lembranças é que a imagem de Dona Jurema vai estar sempre em nossas memórias, como a Akelá que cuidou de muitos pequenos lobinhos, que se tornaram grandes escoteiros, excelentes seniores, nobres pioneiros e muito melhor, tornaram-se chefes de família, cidadãos de bem, e que buscam deixar o mundo melhor do que encontraram. Aprenderam com a mãe da Família Fernão Dias. 


Dona Jurema, hoje com mais de 80 anos, sempre que vem ao grupo nos enche de alegrias com suas histórias, seu sorriso fácil e presença impactante de alguém vive uma vida simples e feliz. E dançou e cantou em volta da Fogueira.  Um beijo, Dona Jurema!


Arilson de Oliveira Silva
Diretor Presidente do 37ºGE-RJ

PS.: Jurema Carvalho de Souza, esposa do saudoso fundador do grupo, é mãe de Almir Carvalho de Souza, Regina Célia Souza Matos e Aldenir Carvalho de Souza (in memmorian), avó e bizavó.  Vive em Duque de Caxias e é membro de honra de nosso 37º Grupo Escoteiro Fernão Dias Paes Leme. 

5 comentários:

  1. Nossa mãe do céu,fui escoteiro do extinto grupo Narciso José Machado, numeral 52 com sede na maçonaria no bairro 25 de Agosto. Vi as fotos e me lembrei do Chefe Paulino.

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    1. Que bom que te trouxe recordações. Você foi do grupo em que época?

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  2. Chefe Arilson, já passou da hora de você eternizar em um livro a história do 37 GE e, por tabela, de outros grupos co-irmãos, ativos ou inativos, e de suas grandes lideranças, que regaram o solo caxiense com o ideal escoteiro. Poderia se optar por um modelo cowfunding, a popular vaquinha. Eu adquiria uns 10 exemplares e diversas pessoas quereriam também. Abraço! Sempre Alerta!

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  3. Se tiver fotos suas do extinto 52 GE poderia passar para meu email? Estou fazendo uma pesquisa histórica dos grupos caxienses: roberto.aireskk@gmail.com. Sempre Alerta!

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